Oh, incontestável beleza humana
Como podes dominar-me assim?
Transformando-me em teu objeto
Em um poço de amor que não tem fim

Quando lembro dos teus toques e carícias
Dos teus lábios a ir ao encontro dos meus
Fecho os olhos e sinto em um segundo
O perfume do teu corpo junto ao meu

Como magia o amor ressurgiu
Preencheu canto a canto do meu ser
Ofertou-me momentos gloriosos
Proporcionou-me imensa alegria e prazer

Se estou longe de ti, não sou ninguém
Não passo de um andarilho a vagar
Sou uma luz em meio aos raios solares
Uma mera gota na imensidão do mar

Não se vá, doce flor perfumada
Revivamos nosso amor verdadeiro
Sabes que outros até podem cruzar teu caminho
Mas morrerás com a lembrança de que fui o teu primeiro

SUPERAÇÃO

Não me importo em dizer que me feri, pois descobri a superação. Descobri como passar por cima de obstáculos que jurei serem maiores do que eu. Descobri que sou mais forte do que os meus pesadelos e mais ágil do que as minhas recaídas. Descobri que para tirar as pedras que entram em meu caminho, basta abaixar e empurrar com as mãos.

Eu poderia ter vergonha em dizer que chorei, mas por quê? A felicidade não ensina. O que ensina é a dor. Cada sofrimento abre portas e fecha portas, possui um lado bom e um desagradável e começar a escolher novos caminhos e enxergar pontos positivos é, sem dúvidas, a estrada inicial para a libertação.

O problema é que quando sofremos entubamos a nossa consciência e perdemos a noção da realidade. Precisamos racionalizar, mesmo na dor, pois a razão é o melhor remédio para curar as feridas do coração.

Sofri, mas cheguei ao limite dessa história. Está na hora de encarar a realidade e avançar para uma nova fase. O que passou, apodreceu. Mas o que estar por vir cheira à felicidade!

EVOLUIR

Nada melhor do que retornar evoluído. Mais além, igualmente, renovado. E chega a ser engraçado, pois pensei que para evoluir seria necessário cruzar o oceano. Engano feio, precisei somente mergulhar dentro do meu próprio eu.

Porém, evoluir sem partilhar talvez não implique uma verdadeira evolução. Pois, para ser realmente grande, mostra-se imprescindível a consciência de que é necessário envolver o outro em todo e qualquer processo de crescimento.

Já desejei ser imenso, sem pôr em prática algo que pudesse concretizar meu objetivo; já desejei ser honesto, passando por cima de princípios éticos fundamentais; e, pior, já desejei ser mais humano, procurando encontrar uma perfeição que jurei ser necessária. Como jamais a encontraria, acreditei também que jamais evoluiria.

Enfim, desisti. Não sou imenso, não sou exemplo de honestidade e jamais serei perfeito. Hoje tenho plena consciência do quão sou minúsculo e do quanto ainda preciso aprender.

Não sei aonde chegarei e nem mesmo sei se conseguirei sair do lugar. Tenho grandes sonhos e a esperança de alcançá-los. Mas é na consciência da minha atual insignificância que serei, no meu amanhã, um alguém um pouco melhor.